terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Miudezas

Ele disse:
Faça-se Inteiramente Luz.
Ela sorriu, dançou e fez nascer flores.


Noh

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Alma feliz

Sabado levei minha Alma para passear, fui Feliz duas vezes, Ela porque foi atendida e entendida, Eu por me dar chances e leveza.
Bem vinda a Vida...

Noh

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sobre voltas e verdades nuas

Quando fechei meus olhos, vi todos os contornos, passei minhas mãos no escuro.
A porta ja estava trancada, entrei de pé em pé, liguei o chuveiro, deixei aquecer, entrei.
Molhei os cabelos, continuei de olhos fechados, senti um encontro, algo dentro, água, ar, eu, coração e som.
Chorei silenciosamente, choro longo, fino e amargo, esvaziei.
Deixei tudo ir, ritual prático e verdadeiro.
Meus dedos longos e tortos continuam, volta as cores e tudo outra vez.

Noh

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dedos e beijos

Ela lambeu os dedos como se ja não houvesse mais ninguem ali ou como se o doce tivera acabado, lambeu, sorriu e com a boca completamente doce, deu um beijo em si mesma e foi para cama.

Noh

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sobre os últimos dias

Minha avó faleceu, perdi meu norte, meu sul, perdi rumo e prumo e minha cabeça não para de doer.
Mudei de trabalho, de rumo e de prumo e meu corpo anda pedindo calma e cama, vou obedecer.
Meus sentimentos andam mudando, meus conceitos andam se refazendo e minha alma anda pedindo colo, então estou me dando.



Noh

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Veio antes, sinto agora

Antes de tudo ter forma ela veio, Deusa robusta, largos quadris, seios de rios, ela era o cume, a razão e o sentimento de vida, de tudo existir. Ao longo da caminhada ela se perdeu, eu me perdi, foram seculos, foram vidas de espera para o novo encontro, ela não morreu, eu ja morri e nasci e morri inúmeras vezes. Hoje meus quadris são largos, meus seios ja foram rios brancos, sou o que existe e sendo assim ela veio, ela se apresentou, dançou na minha fogueira, uivou com fome, com fome de cio, cantou músicas que eu não reconhecia nos ouvidos, somente na alma e eu chorei e eu sorri e eu dancei, fechei meus olhos e dancei com o todo e quando acabou estavamos unidas, um so corpo e uma so alma.
Bem vinda Deusa.

Noh

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dos quentes de dentro

Tava sufocada, um quente entalado na garganta, tudo girava e o calor infernal subia, so eu sentia, so eu sabia, era fogo, era quente, era vermelho e era pra dentro, nada liquido, nada puro, era tudo pesado e intenso, era eu sendo inteira.

Noh

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sobre um blá blá blá

Dificil essa tarefa que o mundo impõe, agregar e agradar Gregos e Troianos, bobeira das mais lascadas, me dá uma preguiça ver pessoas equilibrando pratos em varetas ou malabares com 10 bolinhas, eu não sou múltipla assim, faço uma coisa de cada vez e tudo a seu tempo. Ando na contra partida, ando pelas beiradas que é pra não queimar os pés e nem perder o balanço. É, não quero tarefas de mundo, as minhas ja são suficientes.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Das perguntas que me batem

Como posso passar tanto tempo sem dançar? Sem bailar de olhos fechados e pés entregues? Como posso não me dar a liberdade dos quadris e a fortaleza do coração em música?

Boas perguntas sem respostas.

Noh

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Para saber sem doer

Meu coração esta em off, ta de repouso, sem nada esperar. Gosto muito do estranho este, não amarga e nem adoça, não esquenta e nem esfria, não me diz dizendo, não seduz nem acolhe, mas estica os braços e vira a cara, não quer beijo nem lambida nem mordida, so quer ficar assim, feito raiz de árvore velha, quer repousar sem morrer.

Noh

De gostos

Gosto do gosto azul e vermelho sangue, dos macios e excitantes beijos de canto de boca, do toque quente da língua aspera e da força ofegante do seu ar. Gosto de me enroscar nos seus pêlos, sentir o cheiro, o calor e a maciez de estar.

Noh

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Atras de tudo

A beleza dela nada tem haver com o fisico ou com a beleza das pedras que reluzem, ela tem um sorriso facilitador de nuvens, aqueles que lhe entregam céu e sol juntos. Ela sorriu para mim, vi todos os seus dentes, os lábios inteiros e grossos fazem jus a traços tão fortes, ela sorriu para mim e me fez dançar, me fez suspirar, querer entrar por aquela boca, mergulhar e de lá so sair para sorrir.

Noh

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Porque depois dela nada mais há.

“É o papel de Fred, inconscientemente, envenenar minha felicidade. Ele enfatiza as incongruências do amor de Henry. Eu não mereço um amor pela metade, diz ele. Mereço coisas extraordinárias. Mas o meio amor de Henry vale mais para mim do que todos os amores de mil homens.Imaginei por um momento um mundo sem Henry. E jurei que no dia que perder Henry, eu matarei minha vulnerabilidade, minha capacidade para o verdadeiro amor, meus sentimentos, com a devassidão mais frenética. Depois de Henry não quero mais amor. Só foder, por um lado, e solidão e trabalho, por outro. Nada mais de mágoa.Depois de não ver Henry por cinco dias por causa de mil obrigações, não pude suportar. Pedi a ele para se encontrar comigo durante uma hora entre dois compromissos. Conversamos por um momento, então fomos para um quarto do hotel mais próximo. Que necessidade profunda dele. Só quando estou em seus braços as coisas parecem direitas. Depois de uma hora com ele, pude continuar o meu dia, fazendo coisas que não quero fazer, vendo pessoas que não me interessam. Um quarto de hotel, para mim, tem a implicação de voluptuosidade, furtiva, fugaz. Talvez o fato de não ver Henry tenha aumentado a minha fome. Eu me masturbo frequentemente, com luxúria, sem remorso ou repugnância. Pela primeira vez eu sei o que é comer. Ganhei dois quilos. Fico desesperadamente faminta, e a comida que como me dá um prazer duradouro. Nunca comi desta maneira profunda e carnal. Só tenho três desejos agora: comer, dormir e foder. Os cabarés me excitam. Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar-me em corpos, beber um Benedictine ardente. Belas mulheres e homens atraentes provocam desejos em mim. Quero dançar. Quero drogas. Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas. Nunca olho para rostos inocentes. Quero morder a vida e ser despedaçada por ela. Henry não me dá tudo isso. Eu despertei o seu amor. Maldito seja o seu amor. Ele sabe foder como ninguém, mas eu quero mais que isso.
Eu vou para o inferno, para o inferno, para o inferno.
Selvagem, selvagem, selvagem
”.

(Anaïs Nin)

Para agora

A poesia de boca suja e dedos tortos me excitam e me alegram imensamente.

Noh

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sobre mais cedo

De nada a realeza me acompanhou, se ja fui princesa, hoje não trago nem restias de coroa. Não me acompanhou gostos refinados, gestos ou palavras, hoje sou uma Vasalisa, aprendiz de qualquer coisa, com avental, cabelos crespos escorridos olhos a dentro, mãos sem frescura, pele sem frescor, hoje sou pintura sem muito oléo, fosca pelas manhãs e berrantes nas noites quentes, nas frias descanso no chão, sou observada, sentida, dilatada, sou cor que escorrega das mãos.

Noh

Quando a música toca

Minhas mãos deslizavam por suas costas, sempre quis fazê-lo, sua pele macia acalmava minha mão tão faminta, eu queria você ali, naquele momento. Desviei meus lábios dos seus o tempo inteiro, fingi não ver, não sentir, eu não te olhei. Acendi um cigarro no final da noite, a brasa acendia meu peito, a fumaça me envolvia, como um abraço, como um colo. Não dormi, voei até você inúmeras vezes, te vi deitado de costas, era a minha cena perfeita, me vi entrando em você, tirei meu vestido, a lingerie branca, entrei por baixo do seu lençol, fiquei parada, congelei os minutos, você dormia e eu te olhava. Passei minhas pernas por cima das suas, entrelacei seu tronco ao meu, senti seu cheiro, um cheiro tão familiar, um cheiro de infância, de vontades tão sumidas, beijei seu braço, sua mão, seu peito, pescoço e parei na boca, queria senti-la antes de devorá-la, engoli sua respiração, mergulhei dentro, virei vontade.

Noh

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Partes ar

Que a fome de vida que sinto no peito, gire, rode, movimente, flua por mim, por todas as partes e que eu consiga ser o todo e que não me falte nada.

Noh

De hoje

Quando meu coração respira minhas pernas bailam sozinhas.

Noh